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A Grande Resignação

Gabriela Navarro

A realidade de que hoje em dia podemos fazer dinheiro de casa através de nossos computadores e black mirrors, nos conduz a outra realidade nunca antes cogitada:

PODEMOS, ENFIM, CONTROLAR O QUE FAZER COM O NOSSO TEMPO!

E saber disso nos permite rever o que estará, a partir de agora, no topo de nossa lista de prioridades. 

Hoje - e mais do que nunca - conseguimos cuidar da nossa saúde, passar tempo com nossas famílias, administrar nosso tempo, planejar mais viagens e proporcionar, a nós e aos nossos, muito mais lazer, conforto, bem-estar e felicidade. 

Enfim, após DOIS SÉCULOS E MEIO desde a Revolução Industrial, algumas sociedades tomam a frente de uma emancipação em massa que as liberta das mãos controladoras de suas vidas e tempo, isto é, de sistemas de trabalho e das empresas mantenedores do conservadorismo.

Esta emancipação em massa trata-se da GRANDE RESIGNAÇÃO: demissão voluntária de milhões de profissionais ao redor do mundo, devido a condições ultrapassadas e desfavoráveis com as quais são forçadas a lidar em seu atual emprego.  

Anthony Klotz, professor de Administração da Universidade do Texas e responsável pelo termo The Great Resignation ou The Big Quit (em português, A Grande Resignação), menciona que o fenômeno teve seu início em maio de 2021 e, em apenas 3 meses, o número de demissões voluntárias no mercado americano já atingia a marca de 4 MILHÕES.

Vou elucidar aqui apenas algumas das razões por trás do fenômeno:

  • insatisfação devido a ofertas de subempregos;
  • demandas exaustivas de empregos qualificados;
  • cultura organizacional que alimenta um ambiente insalubre;
  • empresas de áreas TECH e de serviços estão oferecendo (sobretudo a nós, brasileiros) salários muito mais competitivos.

A coisa é que, hoje, as pessoas privilegiam um salário melhor, um ambiente de trabalho mais saudável e um upgrade em sua qualidade de vida. Em muitos casos, a liberdade e o controle do tempo que são oferecidos pelo remoto (home ou anywhere office), em parceria com a enorme onda de encorajamento proporcionada pela facilidade e autonomia de gerar seu próprio negócio através da internet, permitem, seja em curto ou médio prazo, essas realizações.

Esta mudança tornou-se tão palpável que, mesmo em países onde há constante alta de desemprego, ela segue em trajetória firme e ascendente.

Viramos a mesa, pessoal, e com isso o medo de "perder" o emprego enfim está com os seus dias contados!

Hoje enfrenta-se aquela antiga e inevitável dependência do “viver para trabalhar”. Não trabalha-se mais somente para “pagar as contas”, embora - evidentemente - este compromisso não possa ser descartado, porém,  

O TRABALHO, HOJE, OCUPA UM SIGNIFICADO DIFERENTE EM NOSSAS VIDAS…

Buscamos um caminho em que podemos alinhar nossas atividades - aquelas que nos geram remuneração - com nosso bem-estar e nosso conforto pisco-emocional. A partir disso, naturalmente geramos ao nosso redor uma rotina de saúde, tempo, conforto e, claro, de felicidade.

Parte da sociedade moderna segue então em uma crescente RESIGNIFICAÇÃO do trabalho. 

Não somente o avanço da tecnologia, mas junto disso, o conhecimento sobre como administrá-la a nosso pleno favor, são os responsáveis por nos providenciar uma maior conexão com o que realmente importa em nossas vidas.

E com a pandemia, muitos de nós, forçados à realidade constante do Remoto e do Home Office, acabamos - e aliados a uma demanda crescente de “pejotização” nas empresas - nos encorajando a uma ampla abertura de portas para a busca de um segundo ou terceiro emprego. 

O velho sistema de "horas" então vai paulatinamente deixando de fazer qualquer sentido à medida em que modelos on demand tornam-se cada vez mais sedutores nas empresas que querem atrair novos talentos. 

E a Grande Resignação vem gerando outras mudanças, desta vez, no âmbito da CULTURA ORGANIZACIONAL das empresas.

Se você, enquanto CEO, diretor(a) ou líder, não aceitar adaptar-se a novas diretrizes com relação a Clima, Benefícios, Tempo, Bem-estar e Saúde Mental, Inclusão e Diversidade, Abertura e Liberdade e tudo aquilo que permeia a relação EMPRESA X COLABORADOR, pode juntar suas coisas, arrumar sua mala, e juntar-se ao grupo que segue na contramão do mundo. 

Outro ponto positivo movido pelo The Big Quit é estarmos mais favorecidos pela balança da Oferta e da Demanda. 

A Lei de Oferta e Demanda é simples: se há muito emprego mas poucos profissionais, as empresas sobem as ofertas, e se há pouco emprego, os salários caem. Mas hoje, com a crescente recusa por condições ultrapassadas, este déficit recai sobre os ombros da empresa, que são então forçadas a negociar melhores condições.

E assim nós não só queremos, como iremos  

CONCILIAR TUDO O QUE MAIS NOS IMPORTA!

A Cultura do Bem-estar e Saúde Mental no Trabalho está tomando, cada vez mais, a linha de frente como pré-requisito para qualquer proposta de emprego, e a falha em atender esse pré-requisito é, atualmente, uma das principais razões para esta debandada profissional em massa estar sendo testemunhada ao redor do mundo. 

É isso que a Grande Resignação representa: a nossa tomada de controle. A então "passividade" que esteve sempre e obrigatoriamente presente em nossas vidas profissionais, acabou. Temos mais flexibilidade, autonomia e, de agora em diante,

DECIDIMOS QUANDO, ONDE E COMO TRABALHAR!  

E a partir de um norteamento de todas as responsabilidades necessárias para que qualquer negócio funcione e prospere, somos realmente capazes de decidir isso.

No caso, p. ex., de uma Transição de Carreira, ou seja, a escolha por outro caminho profissional que não o anteriormente traçado, esse controle nos parece cada vez mais paupável, já que, em meio a uma "reforma geral" em diversos formatos de trabalho e demissões em massa, podemos também negociar SKILLS em troca de TEMPO DE TRABALHO, nos munindo - além de estarmos empregados - de expertises que nos suprirão em nossa nova carreira.

O fenômeno da Grande Resignação está então não somente alastrando-se como uma pandemia, mas com o tempo também irá reescrever a forma como as empresas relacionam-se com seus colaboradores, clientes e com o mercado em si. E o movimento vem alertando profissionais de RH em todo o mundo, pois o mercado sofrerá sim uma mudança, e ela será avassaladora. 

Se a gestão e a liderança de sua empresa está com dificuldades para lidar com as transformações que a Grande Resignação está trazendo ao mundo dos negócios, contate a Mova RH! Teremos um enorme prazer em ajudar a sua empresa!

Espero que tenha aproveitado a leitura!!!

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