“Sente-se aqui, precisamos conversar…”
Isso ou algo parecido certamente já foi dito pela nossa mãe, avô, irmão, amigo ou qualquer pessoa que algum dia já se importou conosco, e é bem provável já termos escutado algo parecido em mais de um momento de nossas vidas.
A conversa a sós sempre foi uma grande ferramenta de evolução, pois com ela conseguimos nos conectar com um lado mais reflexivo e autocrítico. No diálogo face a face nos tornamos não somente capazes de enxergar de forma mais analítica as nossas qualidades, mas de confrontar nossos defeitos de forma racional.
Porém, para que essa autoanálise torne-se bem sucedida, nós, enquanto "aprendizes”, dependemos de um interlocutor, isto é, a outra pessoa, que saiba conduzir muito bem o diálogo. Organização, postura calma e um tom maduro e empático são essenciais.
Somos absolutamente capazes de escutar e refletir sobre críticas construtivas quando elas nos são apresentadas de forma educada e gentil, assim como de confessar defeitos ou mesmo nos desculparmos sem orgulho, pois a gentileza acolhe e faz florescer o que há de melhor em nós.
A coisa nunca foi sobre se é ou não importante o diálogo a dois, e sim sobre sua forma e sobre o seu jeito. É sobre saber como falar e como medir, sobre saber
SER FIRME, MAS NÃO RUDE.
Uma pessoa líder DEVE - e o deve obrigatoriamente - conhecer cada uma de suas faces e saber usá-las com inteligência.
Em nosso dia a dia há inúmeras situações em que somos postas(os) à prova, e ter discernimento e maturidade para lidar com imprevistos de maneira gentil faz parte do perfil de uma/um líder real.
Certa vez, li a seguinte frase num livro de poemas da Cecília Meireles:
"Basta uma intempérie para revelar a têmpora das criaturas”.
Sempre que ouço alguém dizer que fulano é super calmo ou que beltrana é bem tranquila, essa frase me vem à cabeça.
Bem, todes nós, em maior ou menor grau, somos pessoas realmente calmas e bem tranquilas e, em geral, é assim que nos apresentamos às amizades e colegas de trabalho.
Mas somos humanos, e humanos são animais, e animais possuem instintos, ou seja, os instintos estarão aqui, sempre; a diferença entre GROSSERIA e GENTILEZA está justamente na habilidade de tê-los sob controle. Isto não apenas nos torna mais adaptados a um ambiente de constante cobrança, como também nos transforma em melhores LÍDERES.
Bem, logo imagina-se que aquela pessoa que é sempre reativa e de "cabeça quente" não possui qualquer perfil para liderar, correto? Ao meu ponto de vista: errado.
Entendamos que mesmo alguém que não sabe como conduzir situações tensas ou mesmo lidar com problemas corriqueiros de forma madura, ponderada e inteligente, pode SIM ser absolutamente capaz de sentar-se a frente de um colaborador para uma boa conversa, seja regada a elogios ou somente a críticas construtivas.
E esse não trata-se de um pensamento encorajador não, mas sim da verdade, pois senão aquele perfil de chefe que por vezes é grosso(a) com sua equipe seria, sempre e necessariamente, um pai ou uma mãe incapaz de dar bons conselhos a um filho, não?, e sabemos que essa não é a verdade absoluta por detrás dessa pessoa.
Como mencionado há pouco, "revelamos nossa têmporas” ao menor sinal de qualquer intempérie, mas isso JAMAIS irá nos rotular e muito menos nos definir.
Se a pessoa LÍDER enxergar a pessoa COLABORADORA de igual pra igual, isto é, de profissional para profissional, de alguém para alguém, de humano para humano, a comunicação entre ambas se edificará em humildade e transparência. Ali encontram-se duas pessoas com um mesmo propósito: o de receber.
É disso que trata-se o Feedback 1:1:
RECIPROCIDADE…
Enquanto uma das partes recebe (além dos elogios e críticas) maior conhecimento e inspiração sobre como ser e realizar determinada função, a outra desenvolve-se em maior humildade, cumplicidade e humanidade.
Essa é a troca mútua, bela e natural que existe em qualquer conversa baseada na RECIPROCIDADE de gentilezas, seja ela traçada em olhares, gestos ou palavras.
Bem, é visto que o Feedback 1:1 é sim um grande passo para obter-se aquela tão desejada força de trabalho “jovem”, comprometida e engajada, e algumas das razões para isto é o fato da Pessoa Colaboradora sentir-se:
- ouvida no ambiente profissional;
- acolhida como pessoa;
- apoiada pelo foco dado ao crescimento de sua carreira;
- confiante pela atenção ao seu self-improvement;
- segura por ganhar confiança em seu gestor.
Tudo isso se reflete em ações preventivas, decisões rápidas e melhor comunicação entre os diferentes níveis dentro da empresa.
E além de um Feedback 1:1 positivo/construtivo, é importante realizar também, enquanto gestor, um acompanhamento do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), pois quando utilizado como ferramenta de acompanhamento em encontros mensais ou quinzenais de 1:1, pode tornar a Cultura do Feedback muito estratégica para a empresa.
Desta forma o processo torna-se cada vez mais positivo e centrado na Pessoa Colaboradora que, a partir dessas ferramentas de Feedback contínuo, compreende seu gestor cada vez mais como "coach" ou "amigo" do que como "chefe".
Lembra-se da frase: “Sente-se aqui, precisamos conversar…”.
Se você já escutou esta frase em um tom acolhedor, então você sabe o efeito transformador que uma pessoa "amiga" - pra não dizer “querida”- é capaz de nos fazer, e nós sempre
ESCUTAMOS O QUE UM AMIGO TEM A NOS DIZER!
A performance profissional de qualquer pessoa será muito mais positiva se os conselhos dados a ela vierem de alguém por quem tem respeito e admiração.
Então busquemos sempre evoluir, não somente como mães, pais, irmãos ou filhas, amigos ou líderes, mas PRIMEIRAMENTE como HUMANOS.
Esta é certamente uma das fórmulas para cultivarmos boas energias, sorrisos sinceros, atrair pessoas boas e ter Pessoas Colaboradoras melhores e mais engajadas dentro de nossos grupos e, assim, sermos melhores líderes a elas também.
Se a gestão e liderança de sua empresa deseja implementar um Feedback construtivo ou aprimorar o formato de Feedback já implementado, contate a Mova RH! Teremos um enorme prazer em ajudá-la!
Espero que tenha aproveitado a leitura!