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O que é e para que serve uma Avaliação por Competência!

Gabriela Navarro

Certa vez, assistindo a um documentário, eu soube que o Chicago Bulls (o time de basquete da NBA) precisou lidar, em seus tempos auges, com enormes desafios por conta de um de seus mais importantes jogadores: Dennis Rodman.

Ele tinha um indomável hábito de desaparecer, sem aviso prévio ou satisfações.
O que depois descobria-se vinha da mídia faminta por polêmicas: fotos e imagens de Rodman, com suas tatuagens de fora, cabelos e unhas pintadas, batom nos lábios, acompanhado de um harém de garotas, em Vegas.

A questão ali era: como esperar que ele, sendo um atleta, cumpriria majestosamente bem sua função, em meio a uma vida pessoal conturbadamente libertina? Com frequência - e com razão - pairava sobre a sua Competência atlética um gigantesco ponto de interrogação.

E o que ele era capaz de oferecer frente a isso?!

Rodman não podia equiparar-se, em habilidade ou destreza, a Jordan ou Pippen, por exemplo, mas ele, e somente ele dentro de todos os times da Liga, era capaz de percorrer a extensão da quadra quantas vezes fossem necessárias, estando na exata posição de defesa e de rebote sempre que era preciso. 

Competência trata-se disso: entregar uma solução sendo o SEU máximo, e não buscando ser o máximo dos outros.

Em quadra, Rodman sempre transformava as críticas e as descrenças contra ele em um show de estratégia, agilidade, força e resistência. E foi justamente por isso que ele continuou sendo parte do time!

NÃO TENTE SER O MELHOR DE TODOS.
SEJA O MELHOR DENTRO DO QUE VOCÊ PODE SER!

Conhecimento, Habilidade, Atitude, Valor e Entorno. Literalmente, esses quesitos são a CHAVE do sucesso. 

Faltava a Rodman, de fato, as Competências Comportamentais (soft skills), isto é, o VE deste conceito CHAVE.

Valores e Entornos, ou - ainda em outros termos - Vontade e Expressão

A Vontade compete aos assuntos relativos à essência da moralidade e da ética. A Expressão, à sociabilidade num contexto de senso de grupo, unidade e fraternidade. 

Rodman não se importava - ao que parece - com seu entorno/expressão (senso de grupo) e não compartilhava dos mesmos valores/vontades, visto que as polêmicas ao seu redor eram mesmo muitas. Porém, sabia jogar o jogo, conhecia de estratégias, era hábil e tinha uma atitude assustadoramente voraz dentro de quadra. 

Em resumo, suas Competências Técnicas (hard skills) eram absolutamente extraordinárias.

Mas a dura verdade é que conquistar a CHAVE profissional é tarefa a longo prazo, pois vivemos à mercê de um mercado - seja ele qual for - em constante impermanência. Basta atingir um patamar de excelência que logo chega um tsunami varrendo toda uma trajetória para as profundezas do obsoleto.  

É possível evitar esse tsunami?! De forma alguma. 

É possível prevenir-se e preparar-se para ele?! Sim!

E Rodman sabia como: reskilling. E ele o sabia por conta da vida desregrada que sugava demais seu corpo e mente. Após a farra, quando voltava ao centro do Bulls, puxava mais peso, alimentava-se melhor, treinava mais intensamente; ADAPTAVA-SE, jogo a jogo, a uma nova - porém cada vez mais desgastada - condição física e mental, mas ainda assim ele sempre dava conta do recado.

Oras, mas Jordan também dava conta, porém ele, diferentemente de Rodman, tinha valores extremamente fortes e atentava-se à preservação do entorno, do grupo e do todo que o cercava. 

Ele não apenas reciclava-se (reskilling) aos novos desafios de sua carreira, como também buscava melhorar, inovar, superar e surpreender, características que hoje fazem parte do conceito de - em business - upskilling, e é por isso que, até hoje, é considerado um dos maiores atletas da história.

Agora, fazendo outro breve paralelo, você já notou que há artistas que sempre se inovaram e se adaptaram às constantes demandas do mercado?

Paul McCartney, Phil Collins, Michael Jackson, Prince, Bon Jovi, Madonna, U2, Beyoncé, Anitta, dentre outros.

No mundo artístico, pode-se considerar que estes são nomes ATEMPORAIS, pois desde que surgiram, eles estiveram, estão e sempre estarão em voga, assim como Mozart, Beethoven, Wagner, Puccini, Verdi, Brahms, Debussy, Chopin, etc.  

Para encerrar estes paralelos, não é à toa que todos nós, por mais leigas e leigos que sejamos sobre o universo do esporte ou da música popular/erudita, já ouvimos falar de cada um desses nomes.  

Então aqui vão duas perguntas, primeiro, a você COLABORADOR(A): 

O que você busca na maior parte de sua vida profissional?! Apenas se adaptar às mudanças, ou também inovar, superar e surpreender?!

Mas antes de responder a estas perguntas, tenha em mente que podem ser divididas em TRÊS as Competências que englobam o conceito CHAVE:

  • Técnicas: Conhecimento (cursos, especializações e capacitações; planejar e desenvolver) e Habilidade (saber o que fazer com os conhecimentos, engajar-se, negociar);  
  • Comportamentais: Atitude (tomada de decisões, ser persistente e constante, buscar excelência durante os processos);
  • Abstratas: Vontade (desejos e aspirações, superação da insegurança através de realizações) e Expressão (controle emocional, sensibilidade estética e saber exteriorizar sua vontade e criatividade).
RACIONAL E EMOCIONAL CAMINHAM JUNTOS!

As Competências Técnicas e Comportamentais (CHA) oferecem os elementos exteriores e objetivos, enquanto as Competências Abstratas (VE) oferecem os elementos interiores e subjetivos.  

Então - e a partir deste ponto este texto é pra você, EMPRESA E GESTOR(A) - aqui vale uma atenção: o Entorno trata-se também do AMBIENTE FÍSICO profissional e não somente do como se dá a relação social com o contingente humano ali presente.

Significa prover, no ambiente de trabalho, as condições FÍSICAS e MATERIAIS necessárias para que se exerçam as funções e se executem as tarefas de maneira ideal. 

A Avaliação por Competência envolve então desde uma análise de caráter, empatia e accountability (puxar para si a responsabilidade em prestar contas e fazê-lo de forma clara e transparente), até a resposta dada às EXPERIÊNCIAS REAIS vividas em um ambiente de trabalho. 

Eu então lhe pergunto: e SE você…?!

Acredito que a todos nós já foi feito este questionamento durante uma entrevista, correto? Porém, como eu posso saber de algo que nunca vivi?!

Se responder a essa pergunta é absolutamente impossível, por que então, durante uma entrevista de Avaliação por Competência, nos achamos no direito, enquanto RECRUTADORES, de cobrar de uma pessoa um conhecimento não empírico?

PREZE SEMPRE POR EXPERIÊNCIAS REAIS!

Se for uma pessoa sênior, ela terá, evidentemente, muitas delas, mas se for uma pessoa júnior, serão poucas ou mesmo nenhuma e, neste último caso, elabore perguntas baseadas nas experiências e desafios vividos por ela em seu âmbito pessoal.

Somos seres sociais e coletivos, mas são nossas competências individuais as responsáveis por nos projetar ao mundo como personas participativas, ativas e como agentes de mudanças. São os valores MORAIS e ÉTICOS que farão de nós bons competidores, colaboradores e líderes. 

São eles os motores que nos impulsionam a um equilíbrio dentro deste papel coletivo, nos tornando producentes como cidadãos e cidadãs, como parceiros e parceiras, pessoal e profissionalmente.

A moral e a ética nos norteiam a um maior entendimento humano neste pertencimento de coletivo. Abre os nossos olhos a condutas mais sustentáveis e à competência profissional no sentido de que alguém só poderá ser competente se estiver cercado de bons valores, só poderá competir se tiver ética e só poderá produzir se o fizer sob o eixo da sustentabilidade.

DA EVOLUÇÃO INDIVIDUAL À COMPETÊNCIA COLETIVA!

Busquemos então sempre NOS desenvolver, nos engajar, nos superar, nos adaptar e nos inovar, seja como cidadãs e cidadãos, como profissionais, seja nas amizades, na família ou como pais e mães. 

Segundo compilações mencionadas na obra tríplice "Encyclopedia of Information Science and Technology, Fifth Edition" (2021), do Dr. em Gerenciamento Global e Desenvolvimento de Estratégia e Negócio, José Poças Rascão (Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal), as “Competências Profissionais estão relacionadas a times de pessoas, integrando aspectos técnicos, cognitivos, sociais e afetivos relativos ao trabalho.” (Brandão, 1999).   

“Compreendem conhecimento, habilidades e atitudes que irão permitir o desenvolvimento da organização para o cumprimento de sua missão.” (Dutra, 2001).

A maneira como interagimos com questões sócio-culturais, políticas, humanas e afetivas, dentro e fora de casa, define o nosso perfil e nos transparece em cada dinâmica, sobretudo sob a rigorosa avaliação de uma entrevista de emprego.

Na Mova RH buscamos analisar as Competências Comportamentais (soft skills) neste seu lado mais humano, em sua experiência real, seja esta pessoal ou profissional. Durante uma dinâmica, por exemplo, optamos sempre - mas quando possível - pelo contato e escuta presenciais, pelo “olho no olho”: ferramenta poderosa para se perceber os valores e percepções de alguém, seu momento profissional e as expectativas com relação às soluções que a empresa diz oferecer ao mundo.

E você, como faz a Avaliação por Competência de suas/seus candidatas/os?

Se já encontra dificuldades neste processo e deseja realizar uma Avaliação por Competência mais assertiva, contate a Mova RH! Teremos prazer em ajudar sua empresa!!!

Espero que tenha aproveitado a leitura!!!

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