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Cultura no Trabalho Remoto

Gabriela Navarro

Sabemos que estátuas de santos e pinturas de Monet nunca ornarão com cenários de bares de Rock, assim como obras de Mozart ou Ravel nunca serão repertório de suas playlists ambiente, e o sabemos porque esta é a CULTURA óbvia de um Bar de Rock.

Desta mesma forma, aprendizes de karatê vestem kimonos, se dirigem ao seu mestre como sensei e sempre curvam-se em reverência ao cruzarem seu caminho, seja dentro ou fora da academia. Este RESPEITO entre mestre e aprendiz faz parte da CULTURA de qualquer Arte Marcial. 

Mas a CULTURA - seja qual for a empresa ou seu nicho de atuação - não compete somente à música, vestes, gestos ou objetos de decoração. Ela envolve-se em toda a sua COMUNICAÇÃO, isto é, na forma da linguagem, no tipo do olhar, na maneira de sorrir e, sobretudo, na FORMA DE PENSAR E AGIR daquele MEIO.

Ou seja, a CULTURA não apoia-se somente, p.ex., no coleguismo de se cobrir a ausência da/o outra/o - no caso das/dos atendentes de um Bar - mas respira através de seus visuais temáticos e em sua maneira mais descolada e descontraída com a qual atendem a clientela. 

É assim - e cada qual com sua PRÓPRIA CULTURA - dentro de um bar de rock, um moto clube, um restaurante chinês, um templo budista, uma cantina italiana, uma escola de idiomas, uma academia de artes marciais, um escritório de advocacia, uma companhia aérea ou uma rede de hotéis.

O que desejo dizer aqui é que, tanto nos jargões e figurinos de um bar, como nas vestes sacras ou nos típicos coros dos fiéis de uma igreja, a CULTURA é esse conjunto das características de um MODO DE VIDA de um grupo ou comunidade. Ela é definida pelos aspectos que permeiam desde os seus mais triviais hábitos do cotidiano até os mais essenciais, sendo eles conscientes ou não.

Porém, a definição acima, assim como alguns exemplos do que é CULTURA - como a relação Samba X Chico Buarque e Chefs X Pato Assado de Pequim - já foi uma vez elucidada em nosso blog "O que é CULTURA e como trabalhá-la em sua empresa. Por isso, o que desejo aqui não é novamente abordar a CULTURA em si, mas agora elevá-la ao importante e atual status do REMOTO. 

Lembremos que, segundo Edgar H. Schein, os líderes criam a cultura à medida em que criam grupos e organizações e, uma vez criada, é a cultura que define os critérios para determinar quem será líder ou não.

Esta é a relação mútua que há entre LIDERANÇA e CULTURA!

Compreender isso é essencial para evoluirmos a manutenção da CULTURA no TRABALHO REMOTO e, para começarmos, é absolutamente necessário termos em mãos

BOAS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA!

Somente a partir delas é possível, por exemplo:

  • Compreender os Objetivos da empresa a curto, médio e longo prazo;
  • Traçar Estratégias;
  • Realizar Comunicados e Campanhas;
  • Aumentar e desenvolver a Comunicação entre os colaboradores.

Disseminar a CULTURA de forma REMOTA trata-se, sobretudo, de AUMENTAR A COMUNICAÇÃO ENTRE AS PESSOAS. 

Em segundo, é preciso TREINAR a liderança para o modelo de GESTÃO REMOTA. Deve-se abandonar aquele sistema conservador e controlador de liderança e avançar sobre passos mais inclusivos e colaborativos.

Deve-se, acima de tudo, ESCUTAR para gerar CONFIANÇA! 

E é importante entendermos que a questão da confiança gerada a partir da escuta não é exclusiva do mundo corporativo. É um fenômeno HUMANO!

Temos uma maior tendência em depositarmos confiança em quem nos escuta. É por isso que a terapia é tão preciosa para a SAÚDE MENTAL. 

Por quantas vezes conseguimos, de fato, exteriorizar cada uma de nossas DORES ou FRUSTRAÇÕES sem que haja qualquer interrupção ou exemplificação de "experiência própria" por parte do lado espectador?! 

Sejam elas familiares, colegas de trabalho ou mesmo amizades mais próximas, as pessoas em nossas vidas, em geral, NÃO FORAM ENSINADAS A ESCUTAR… 

Essa experiência única e maravilhosa de entrega e confiança plenas normalmente só pode ser vivida junto de uma/um terapeuta e, independentemente dela/dele estar recebendo $$$ de nós para dedicar-se ali a uma escuta atenciosa, ela/ele, de fato, nos escuta, e o faz com durante todas as nossas palavras, risos, sorrisos, alegrias, choros e dores, e isso é o que nos basta.

CONFIAMOS EM QUEM NOS ESCUTA! 

Imaginemos agora uma/um líder ou gestor(a) que não somente ESCUTA como também busca realizar, periodicamente, um Diagnóstico Organizacional: mapeia processos, compreende a dinâmica diária da empresa, sabe como agem as demais lideranças e, desta forma, consegue medir a consciência da CULTURA entre os colaboradores.  

No Diagnóstico Organizacional da Mova RH, p.ex., avaliamos Clima, Engajamento, Colaboração, Processos, Felicidade, Gestão e Proposta de Valor, além de também propormos melhorias a cada um desses aspectos. Nós escutamos gestores e talentos, pois sabemos que é a escuta que gera a confiança necessária para manter viva a Cultura de uma empresa.  

Se nós confiamos em quem nos escuta, logo percebe-se que o

1:1 É ESSENCIAL PARA CRIAR CONFIANÇA!

Sobretudo hoje, por conta do remoto, o 1:1 é imprescindível!

É só a partir deste processo que alguém torna-se capaz de realmente conhecer a empresa, seus líderes e seus colaboradores. É desta forma que uma/um líder consegue traçar corretamente as competências que cada talento precisa desenvolver (assim como reforçar seus bons atributos) e os direcionar através das bases morais e éticas sobre as quais a empresa opera, tendo em mente que são estas bases as principais razões pelas quais os colaboradores escolheram estar ali. 

É importante ao 1:1 ter também o apoio do RH, isto é, ele ter um acompanhamento de 1:1 com cada gestor para saber onde seus talentos estão com mais dificuldades para então identificar qualquer "ruído" dentro da empresa e, rapidamente, resolver esse gap

Não somente o 1:1 é capaz de nos aproximar do outro, mas todo momento em que é possível conversarmos, nos abrirmos e, principalmente, expormos às pessoas nosso lado mais pessoal, nossos sonhos, gostos, hobbies, paixões e quaisquer aspectos que fazem parte da nós enquanto PESSOAS, NÃO COLABORADORES. 

Para isso, uma "saída emocional" seria providenciar o tão querido espaço do cafezinho! Não trata-se somente de um momento valioso de CONTATO entre as pessoas, mas de um contato focado no LAZER e não no trabalho. Aqui então deixo uma provocação a você, RH: traga uma ferramenta ONLINE que permita esse 

ESPAÇO DO CAFEZINHO!

Ah, mas o pessoal da minha empresa curte mais pipoca… Então que seja o espaço da pipoca! O importante é ter esse espaço! Se necessário, torne uma pessoa a "embaixadora" deste momento, ou seja, a responsável por fazer com que tão valioso espaço ocorra periodicamente. 

Tanto o 1:1 quanto o "cafezinho" fazem parte dos pilares de uma boa Cultura: MORAL, ÉTICA, ATMOSFERA, CRENÇA, ESTÉTICA, DIVERSIDADE, LINGUAGEM, ESTILO e FORMA. 

E é a escuta que permite que cada um desses “pilares" seja transmitido de forma idônea, clara e transparente, seja presencial ou remotamente. 

Pensemos agora num processo de onboarding onde uma parcela dos colaboradores está PRESENCIAL e, a outra, REMOTA. 

Como a liderança administraria este processo? 

A experiência dos colaboradores presenciais seria mais "real" e produtiva do que a dos colaboradores remotos? 

Bem, há determinadas coisas que jamais irão competir. FATO: 

O PRESENCIAL SEMPRE SERÁ MAIS REAL DO QUE O REMOTO! 

Afinal, somos humanos, não máquinas! 

É como conhecer Paris por fotos e filmes no lugar de sentar-se no gramado em frente à Torre Eiffel, num piquenique regado a vinho tinto e baguetes, ao som de um acordeon tocado por um músico local. 

Qual experiência seria a mais marcante? A REMOTA ou a PRESENCIAL?

Se sabemos então que O PRESENCIAL TRAZ UMA EXPERIÊNCIA MAIS REAL DO QUE O REMOTO, como nós, enquanto líderes e gestores(as), podemos transmitir e manter a cultura da empresa aos nossos colaboradores?

Voltando ao exemplo do Onboarding que tem uma parcela dos colaboradores no PRESENCIAL e, a outra, no REMOTO. Pergunto novamente: 

Como a liderança administraria este processo?! E agora sim respondo:

SE UM COLABORADOR ESTÁ NO REMOTO, TODOS ESTÃO!

Teoricamente, é fácil compreender isso, porém na prática, pode ser muito difícil de realizar. No entanto, se a figura de liderança for capaz de disseminar uma cultura de equidade e equilíbrio e de demonstrar a importância que tem, para a empresa, este conceito de igualdade e de respeito por quaisquer condições dos colaboradores - sejam elas quais forem -, é possível sim promover CONCESSÕES de uns para com os outros. 

Este feito traz à tona um importante mindset corporativo, no qual todos sentem-se encorajados por um objetivo comum de entregar a mesma solução sob as mesmas condições. 

Abrir mão e colocar-se no lugar do outro são hábitos cada vez mais demandados pela realidade do trabalho remoto e, para isso, a comunicação livre e a escuta são indispensáveis para gerar a confiança psico-emocional necessária para que a cultura daquela empresa realmente faça parte de cada uma das pessoas que ali trabalham. 

Não há dúvidas de que o remoto veio pra ficar, mas somos sim capazes, enquanto líderes e colaboradores, de tornar essa experiência a mais viva e transparente possível! 

Se sua empresa está com dificuldades para gerir sua cultura através do REMOTO, contate a Mova RH! Teremos um enorme prazer em ajudar sua empresa!!!

Espero que tenha aproveitado a leitura!!!

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